segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Em 2008 quando tudo começou....

Me lembro bem daquele fim de ano,como se fosse hoje,final de ano muitas festas estava radiante,curtindo,vivendo aquele momento como se fosse unico.
Me lembro que combinamos entre alguns amigos de fazer a festa de Ano Novo em casa,assim fizemos,compramos as coisas ,ajeitamos mesas,muita comida,muita bebida e eu alegre,contente,casa cheia de gente,de criança.
 Mal sabia eu o que me aguardava no ano que se findava....Rolou a festa,me lembro que bebi os dois dias e bebi muito,parecia que meu inconsciente tava me avisando o que me aguardava...
Naquele mês de Janeiro estava me sentindo cansada ao extremo,eu sempre agitada,não parava quieta,sempre com o sorriso no rosto e rindo pronta pra qualquer coisa,me vi ali cansada,fadigada,sem animo.
Aquilo me chamava a atenção mais não levei muito a sério,pq quase não ficava doente,e na minha cabeça aquilo podia ser uma virose,alguma coisa assim.
Lembro que foram se passando os dias,e num domingo eu fui no meu sogro almoçar como de costume,pq estava sozinha em casa com meu filho,meu marido estava viajando pra Goias então todos domingos almoçava no meu sogro.
Sempre fui de comer muito bem,sempre estilo fortinha,mais tinha feito uma dieta e emagrecido uns 28 kilos aproximadamente,e pra isso me entupi de remédios faixa preta,(olha a loucura).
E naquele domingo eu olhava pra comida e sentia repulsa,ânsia de vômito,no final da tarde comecei a ter uma febrinha,mal sabia eu o que aquela febre se tornaria..Tomei um analgésico,um banho,deitei e fui dormir...Aquela noite suei como uma dóida,mais a "VIROSE" tinha passado,uffa graças a Deus né.
Passei aquela segunda-feira bem sem nenhum sintoma,me alimentei bem,brinquei com meu filho,coisas cotidianas,deitei cedo pra dormir.
Na terça-feira me levantei com muita dor de cabeça e um febrão que passava dos 41 graus sem brincadeira nenhuma,fui no postinho perto de casa,aquele médico otario apertou minha barriga e eu gritei,mais lógico que eu gritei tava tudo doendo em mim,até a pontinha do fio de cabelo se relasse doía,ele me deu Dipirona e Glicose na veia,a febre passou e os sintomas tbm fui pra casa com o diagnostico de Infecção de Urina,tomando antibioticos pra isso...
Passei bem a quarta,quinta e a sexta,só estava sentindo aquele desânimo,mais menos mal né,febre nem sinal dele uffa era infecção na urina mesmo,tá mal sabia eu....
Na Madrugada de sabado dia 02 eram umas 4 da manhã eu acordei gritando parecia que meu cerébro dentro da cabeça tava solto de tanto que doía,e o febrão veio com tudo,não sabia se gritava de dor ou se vomitava,eram jatos de vômitos pra casa toda pois não conseguia me controlar e nem segurar.Meu filho tadinho ficou assustado pois estavamos sozinhos em casa,liguei pra uma amiga e chamei a ambulância,me lembro perfeitamente só consegui erguer a minha cabeça e acenar pro GABRIEL dizendo um leve tchau filho.
Fui pro hospital,a dor na cabeça era enfernal,meus olhos pareciam duas tochas de fogo,de tão vermelhos que estavão,me medicaram,eu me lembro que entrou um residente e começou a me fazer um monte de pergunta e eu meia grogue respondi tudo a ele,o médico ia me dar alta pois a febre já havia passado e aquele abençoado residente por curiosidade talvez veio me examinar,e Deus naquele momento o usou pra pegar na minha nuca.Ele fez o teste da nuca essa foi a minha sorte,queria lembrar o rosto daquele residente pra agradecer a ele pelo que ele me fez e por ter tido aquele ato prudente naquele momento,mais enfim assim que ele tocou na minha nuca eu gritei desesperadamente.
Ele chamou o medico de plantão e disse não podemos dar alta pra ela,suspeita de miningite.
Me levaram pra uma salinha lá,e ja vieram com enfermeiros e mais residentes pra colher o liquido da espinha,a cabeça doía tanto que tiraram o liquor e eu não senti nada.
Assim que viram a consistência do liquido já me colocaram numa sala longe de tudo e todos,ninguem podia me ver sem a mascára,pq o liquido da espinha chegava estar amarelo e purulento parecia pus.
Fiquei no isolamento,até conseguirem uma vaga em outro hospital,fui transferida no domingo pra outro isolamento aquilo mais parecia um inferno,digo sempre aqueles dias foram os piores da minha vida,dores constantes.O carnaval rolando na avenida e eu desenganada pq tive a miningite mais agressiva,que em questão de horas eu podia ter entrado em óbito,se não tivesse sido socorrida a tempo,e se aquele residente guiado por DEUS não tivesse me examinado antes da alta.
Os primeiros dias me lembro muito vagamente,pq mais dormi dopada de remédio,então não me lembro muito bem o que me aconteceu naqueles dias.

Tive depois de uma semana de internação uma leve melhora,me levantei fui tomar um banho pois meu cabelos precisavam de agua e shampoo,kkk,tomei banho pentiei os cabelos,tomei café da manhã recebi a visita do infectologista Dr. Ricardo,médico maravilhoso,agradeço a DEUS pela minha vida,mais serei eternamente grata a esse médico tbm,tudo normal,passou o dia a disposição voltando,tava pra sair do isolamento mais alguns dias eu iria ir embora pra casa pra dar um beijo no meu filhote,pois nunca havia ficado tanto tempo longe da minha vida.Aquele dia eu jantei,tomei o soro com antibiotico,e um remedinho pra alergia pq uma das medicações me deu reação,e tava assistindo tv no quarto,quando a dor de cabeça ohhhhh maldita dor voltou.
Chorei,gritei,chamei a enfermeira,que prontamente veio e me deu um dipirona,mais nada da maldita dor passar,cheguei a tacar a cabeça na parede,parecia que ia enlouquecer de tanta dor,la vem a enfermeira de novo pq o grito era constante não conseguia ficar quieta sem chorar,sem reclamar.
Ela mediu a febre que tinha voltado,putz tudo que eu não precisava era de uma recaída naquele momento,e vem com outra injeção de traumal,e nada da dor passar,ela chamou o medico plantonista que me passou uma morfina,que foi como se tivesse tirado a dor com as mãos,mais tbm dormi e não vi mais nada.
No outro dia de manhã me lembro que era uma quinta feira não me lembro de datas,numeros ou coisas assim,só lembro que o Dr. Ricardo e um neuro veio até o quarto colher o tal do liquor novamente que exame horrivel gente,não desejo aquilo nem pro meu pior inimigo.
Veio o resultado muita bacteria no liquor então ia continuar internada,não podia receber alta,trocaram o antibiotico lembro que o nome era Vancomicina,me disseram que era forte,eu inchei demais,meus braços não tinha uma veia sem estar estourada,chorava queria ir embora.Cheguei a pedir pra sair do hospital,pq cada vez que os enfermeiros entravam com aquele litro de soro era uma tortura,não aguentava mais aquilo.
Já tinha feito 3 exames de liquor e nada da bacteria ser combatida aumentava cada vez mais,comecei a surtar,xingava todo mundo,fumava dentro do quarto,hj eu entendo que a doença meche com a cabeça da gente e com o juizo tbm,o cérebro fica todo descontrolado,mais tava exausta de remedios,soro e de ficar trancada dentro daquele quarto.E o pior de sentir falta do meu filhote foram dias de horrores.
Foram 34 dias de inferno,fiquei toda deformada,o rosto ficou horrivel,meu corpo descascou todinho,troquei de pele,parecia cobra,meu filho lembra disso até hj....
Escapei da meningite meningococica bacteriana,apos 34 dias de internação eu tive alta,dia 6 de março de 2008 é o meu segundo aniversario,agradeço a todos os medicos,enfermeiros que cuidaram de mim,que tiveram paciência comigo e que juntamente comigo lutaram pela minha vida.Mais isso foi só o começo de muitas outras historias.....


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